A exportação caiu, mas interesse no País avançou

Apesar dos tempos difíceis enfrentados pela economia mundial, o Brasil se transformou em significativo ponto de atração para consecutivas missões comerciais. No primeiro trimestre deste ano, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) recebeu 18 delegações estrangeiras para contatos comerciais; no mesmo período do ano passado foram apenas oito missões com essa finalidade.

Apesar da piora do cenário internacional, o número de missões mais que dobrou, um sinal de que a economia brasileira desperta muito interesse mesmo quando a expansão é menor do que a de 2008. É menor, mas ainda é mais promissora do que a dos países industrializados.

Há outra forma de observar esse interesse externo. O forte ingresso de capital estrangeiro fez com que a Bovespa registrasse sessões consecutivas de alta. Há consenso entre os analistas do mercado que a recuperação da bolsa brasileira ocorreu pela entrada de investidores internacionais. Esses especialistas notam que apenas em março os estrangeiros injetaram US$ 1,4 bilhão no mercado doméstico de títulos, o melhor resultado em onze meses. Uma explicação consistente para esse continuado fluxo de investimento é a força do mercado interno brasileiro e a aposta feita por muitos empreendedores no chamado consumo de baixa renda, que apenas começa a revelar seu potencial. Essa confiança, obviamente, também guarda relação com a preservação dos bons fundamentos na economia nacional. Os sinais emitidos pelo governo de que preservará a meta fixada do superávit, apesar da crise, mantém a atenção desse investidor externo na economia brasileira.

Porém, como uma espécie de outro lado desse interesse do mundo no Brasil, a corrente de comércio do País, a soma das exportações e importações, sofreu forte recuo nos primeiros meses do ano. O saldo da balança comercial de março alcançou US$ 988 milhões, mas representou uma queda de 17,2% em relação a fevereiro, utilizado o critério da média exportada por dia útil. Em relação ao saldo obtido em março de 2008, esse resultado é até maior; porém, as exportações no mês passado foram 14,9% menores do que as de março de 2008, enquanto as importações foram 21,4% menores. Resultado: a corrente de comércio foi bem menor, mas como as importações caíram mais, o saldo cresceu.Vale notar também a significativa mudança nos principais parceiros do comércio exterior brasileiro. Como mostraram os dados da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) o Brasil acumulou, de forma surpreendente, um déficit comercial com os Estados Unidos neste ano. No primeiro trimestre de 2008, o Brasil obteve superávit de US$ 482 milhões no relacionamento comercial com os norte-americanos.

No mesmo período deste ano, esse relacionamento gerou déficit para o Brasil de US$ 1,77 bilhão. Curiosamente, enquanto as exportações brasileiras para os Estados Unidos despencavam 37,8% de janeiro a março deste ano em relação a 2008, as exportações para a China cresceram 62,7% na mesma comparação. Ou seja, pela primeira vez na história do comércio exterior brasileiro, a China ultrapassou os EUA como o maior destino das exportações brasileiras. Em números absolutos, no mês passado, os chineses compraram US$ 1,73 bilhão, e os norte-americanos US$ 1,27 bilhão.

Essa mudança em relação à China pode não ser uma tendência. A direção da AEB alertou que ocorreu uma antecipação em março de embarques para a China para garantir preços de commodities. Essa tendência não se confirmou no sentido das importações porque as vendas da China para o Brasil caíram 12,8% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2008. Sem contar a sensível mudança no perfil da pauta exportada. De janeiro a março ocorreu forte aumento nas exportações de commodities, mesmo com a queda abrupta dos preços desses produtos. Em março, as vendas externas de produtos básicos aumentaram sua fatia na pauta para 39%, quando eram 29% em março de 2008. Em relação a fevereiro as commodities também avançaram nas exportações. Por outro lado, os manufaturados tiveram redução de participação em março: eram 47,4%, enquanto em 2008 eram 55,3%.

Vale lembrar que é também consensual que a entrada de investimento estrangeiro irá equilibrar a conta de transações correntes do País neste ano. Esse ingresso, porém, não compensará nem essa mudança na pauta de exportações, nem a grave perda de posições no comércio com a maior economia do planeta. Esse fato exige a atenção tanto dos empresários como do governo.

Fonte: Gazeta Mercantil

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